Antes de andar meio país com a patareca aos saltos por causa do FMM, do Kusturica, e daquele "artista do Mali" com um nome impronunciável, já no outro lado do Atlântico o sr. Trey Spruance aproveitava os longos períodos sabáticos dos Mr. Bungle * para urdir o seu plano de domínio global.
Que introdução de merda.
Na semana passada fui ao Porto para ver estes gajos. Chamemos-lhe "chefes secretos", pode ser? que agora a palavra "secreto" está muito na moda! A sério, fui de propósito ao Porto - obrigado à mesma, Amplificasom -, que ainda por cima levou 4 do Arsenal nesse dia. Não se faz!
Mas quem lambeu todos os truques de guitarra do "King for a Day, Fool for a Lifetime" **, não podia deixar passar a oportunidade de ver aquele barbudo encapuzado, ainda com restos de comida turca no bigode, a passar por entre as 300 (?) pessoas que se empacotaram no Plano B, qual camelo saciado de água a trotar por entre as pedrinhas. A parte de ainda ter comida turca no bigode é capaz de ser exagero.
Muito pouco se viu deste álbum naquela noite de terça. Pareceu-me a típica "injecção do último disco que vocês têm de ouvir", mas que até resultou bastante bem ao vivo. Por outro lado, senti-me um bocado como quando os Mr. Bungle vieram cá impingir o "California".
Agora o disco. Esqueçam o que sabem sobre world music. O mundo é outro, é só deste gajo, e é completamente frito. Estão lá o Shankar, o Kuti, o Morricone, mas também o Brian Setzer, o Kerry King e o Alec Empire. Viram como se evita falar de estilos? É uma salada do caraças.
Creio que este foi o último (segundo) álbum dos "chefes" a contar com Danny Heifetz e Trevor Dunn: a secção rítmica do demónio que eu não me importava nada de ter visto agora, mas terá de ficar para a próxima. Amor antigo, volta já para o meu MP3. Só parem quando deixarem de ouvir os ventos do deserto.
Crítica do AMG
Bio do AMG
Bolachinha
* quem não sabe quem são os Mr. Bungle, pode parar de ler aqui.
** última hipótese para pararem de ler .
Sem comentários:
Enviar um comentário