22/09/2008
vic chesnutt - north star deserter (2007)
Na passada quinta-feira, seduzido pelo programa do BOM (escuso-me aos trocadilhos com o nome da iniciativa), rumei como que guiado por uma trela inefável até ao novo-velho Auditório Augusto Cabrita. Não porque soubesse quem era o anfitrião da noite, não por causa dos amigos que lá estavam, não porque o meu cão ou o Last FM me tivessem dito que era melhor eu ir.
Conheci então, na minha cadeira desconfortável, o senhor Vic Chesnutt, sentado na sua desde os 18 anos. Mas bom, isto não é um daqueles blogues elegantes em que se relata a vida toda do músico; o percurso desde Athens, Georgia (sim, outra vez, sei que me estou a repetir), a amizade com Michael Stipe, os discos que gravou completamente bezano, a aclamação do "coitadinho" por parte de beneméritos como a dona Madonna e Hootie and the Blowfish (já na altura se devia estar tudo a cagar para eles), e sabe-se lá que mais até chegar ali...
Ao auditório. Ali à minha frente. Gosto do Vic. Gosto de dizer o nome dele. Gosto que cante a dois palmos do microfone, que vire a cara, que tenha mais alma num falsete do que meio mundo a cantar em coro, gosto que tropece na cadeira como eu nos pés, gosto que o Mark Eitzel o tenha baptizado de "Little Fucker", gosto que se tenha enganado nessa música.
Mas isto não é um blogue para gente séria, gente de bem com bons ordenados, que gosta de sair à noite e discutir com os amigos se as telhas que faltam à parede do auditório têm fim decorativo ou se pura e simplesmente caíram, gente que foi porque o último álbum é com malta dos GY!BE, Silver Mt. Zion e Fugazi do raicosparta. Não, não há cá disso. "Warm... The body's warm... The muscles twitch, the posture compensates... And cold, the arrow is cold".
North Star Deserter é um álbum quente e frio. Confortável e insuportável, consoante Vic, o bêbado-esquizofrénico-paraplégico se senta. Saíu no ano passado, só o ouvi anteontem. Despachem-se, antes que seja um clássico.
Bolachinha
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