Pois bem, foi um Verão bastante frutuoso por estas partes. Entre várias coisas descobri que o comprimento da minha barba já excede os sete centímetros, que provavelmente estou a guardar coisas aqui dentro que desconheço, que os festivais da cerveja e dos telemóveis são na verdade castings secretos para programas juvenis, e, finalmente, que o novo álbum dos Harvey Milk* é do caralhão.
Admito não saber muito acerca da carreira destes senhores, só sei que vêm de Athens, na Georgia (americana, não da outra onde anda tudo à batatada), mas que não têm nada que ver com os R.E.M. nem com essas bichanices de Of Montreal e o raicusparta. Têm uma fase inicial que adivinho mais roqueira e menos arrastada, acabaram em 1998, só voltando em 2005. Foi a partir daí que os conheci, através do massacrante "Special Wishes", maravilhosa sessão de tortura melviniana que recomendo aos mais acólitos.
Agora o novo. Sludge! Sludge bom, sludge mau, sludge bonito, sludge javardo. Quando ouvi pela primeira vez o gajo a gritar "I've got a love, a hot rod ride...", no "Special Wishes", vi logo que ia dar merda. Dá-me a ideia que os gajos se passaram completamente neste disco ; que pensaram "Ai é doom? Então 'tá bem, agora é doom, mas depois vem outra vez aquela parte para colher margaridas no campo, antes da cena à Big Black", só que o fizeram tão bem que não há um único segundo de música que nos faça pensar noutra banda, senão neles próprios no disco anterior.
Ah, e tem uma versão espertíssima dos Fear, "We Destroy The Family". Isto dói que se farta, mas é tão bom. Por isso oiçam; com fones, sem fones, com preservativo ou intestino de porco, mas não deixem passar.
* "Harvey Milk" é o nome de um político panilas de S. Francisco, que levou um balázio nos cornos. Cautela, políticos panilas da nossa nação, ainda acabam com uma banda com o vosso nome.
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