13/03/2010


CéU ...

Haveria nome mais adequado?

Das mais belas vozes resultantes da fornada de new wave jazz/funk da ultima década!

Fiquem com o novo álbum e um vídeo do anterior!

PS: não se babem...





FOTO: MARINA REBOUÇAS

www.flickr.com/marinosssauro






01 - Sobre O Amor e Seu Trabalho Silencioso (Ou Intro do Cangote)
02 - Cangote
03 - Comadi
04 - Bubuia (part. Anelis Assumpção e Thalma de Freitas)
05 - Nascente
06 - Grains de Beaute
07 - Vira Lata (part. Luiz Melodia)
08 - Papa
09 - Ponteiro
10 - Cordão da Insônia
11 - Rosa Menina Rosa (part. Los Sebosos Postizos)
12 - Sonâmbulo
13 - Espaçonave

05/02/2010

TRIBEQA

uma interessante descoberta, directamente de Nantes...

Mistura interessantíssima de xilofones e outros instrumentos "balofónicos" com jazz, soul, dub, hip-hop...


uma pedra, rara, que vos posso GRITAR piamente que se ignorarem este álbum são uns bons pulhas sem visão!

Aconselho a provar aos poucos e ao fim de uma semana voltar aos cascos de rolha, para mais tarde saborear com uma boa companhia!




01. A.D
02. Bridge The Gap
03. Tribeqhouse
04. Up & Down
05. Amali Part. 1
06. Amali Part. 2
07. Tchefari
08. Qaravan
09. If We Could
10. Qartel
11. O Bebado
12. Chinatown
13. Better Days

07/12/2009

Brainticket CottonWoodHill




Fechar bem as janelas e as portas de casa. Perigo de suicídio.

Não consumir leite ou ovos mexidos durante a "degustação" deste album. Perigo de Gastroentrite.

Evitar juntar idosos ou clubes de fans do Toni Carreira a este som. Evidencia tiques de Bipolaridade.

Bom som para os Blunted Ones...

Girem isso e até breve

Agora sim, e depois de muitos pedidos

Afinal o Algodão não engana

14/11/2009

Novo disco de Otto - Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos


Alguma vez se perguntaram como é que os nossos antepassados primitivos conseguiram libertar as mãos, caminhando num bipedismo de sucesso através das gerações futuras?

Provavelmente não...




Mas a verdade é que agora há água na lua e já temos cá fora o novo álbum de Otto, o nosso Roberto Carlos em ácidos, onde explora mais um lado negro da sexualidade daquele estado maravilhoso de Pernambuco! ~

Ao contrário dos outros estados Brasileiros, em Pernambuco a procura pelo sexo é feito internamente, mas como não são egoístas, partilham belas fodas connosco, espero que se fodam bastante com este album como eu me fodi.


01 - Crua
02 - O Leite
03 - Janaina
04 - Meu Mundo
05 - 6 Minutos
06 - Lagrimas Negras
07 - Saudade
08 - Naquela Mesa
09 - Filha
10 - Agora Sim



03/11/2009

zu - igneo (2002)

Uns Naked City mais novinhos, já que os vou rever hoje.
Sim, são esses devoradores de tagliatelle progressivos feitos à moda da Mamma, esmurradores de saxofones, usurpadores de latidos de canídeos incautos, os nossos amiguinhos etruscos ZU!
Não apetece/sei escrever mais nada, mas podem contar com muito mais fritadela por aqui.
"Isto não anda bom".


Progreviews explica

Biscotti farciti

27/10/2009

Eiliff Bremen 1972



Como plantar?

Plantar não é assim tão difícil como dizem. Separe as sementes de um fumo novo. Dê preferência às sementes mais escuras, com a casca íntegra. A maioria das pessoas planta em vasos pequenos e deixa dentro de casa para um posterior transplante em um vaso maior ou no solo.

Importante, principalmente no segundo vaso (o do transplante) é saber preparar bem a terra. No fundo do vaso, ponha algumas pedras e um pouco de areia. A terra na metade do vaso pode ser misturada com um pouco de areia (10 a 20%), isso dá uma boa drenagem para a água e minerais. A terra da parte superior deve ser pura, ou com um mínimo de areia. Não economize. Utilize terra preta, adubada, a melhor que você encontrar. Lembre-se que aquilo que você vai fumar virá dela.

Se for transplantar no solo, escolha o lugar que mais apanha sol (factor mais importante)

*IMPORTANTE: Se você plantar em um pequeno vaso, inicialmente, não deve demorar muito para transplantar para outro maior. Espere a coitadinha alcançar uns poucos centímetros e algumas folhas. A raiz principal cresce até encontrar o fundo do vaso, depois começa o crescimento das raízes laterais. Se o transplante ocorrer após a chegada da raiz principal no fundo do vaso, sua planta não vai alcançar uma altura apropriada, e não dará tanto fumo quanto deveria, embora a qualidade do mesmo não seja prejudicada.

E quanto à água?

Dê preferencia para água filtrada.

Não molhe demais. É preciso achar um equilíbrio entre ÁGUA x DRENAGEM DO VASO x HORAS DE SOL. Água demais pode apodrecer a sua raiz e água a menos vai secar a planta. Quanto mais quente o clima, mais água você pode oferecer à sua prole. Algumas pessoas dizem que 150 ml/planta/semana são suficientes, mas deve descobrir por si próprio a quantidade ideal para a sua plantação.

Sol?

Sol, sim, o sol... A Cannabis é uma planta que não vive sem o sol. Tudo pode estar fodido para ela, mas sem o sol ela não vai crescer. Escolha plantar em Setembro, Outubro, após a estação fria do ano. A primavera é a época ideal. A temperatura ideal deve ser em torno de 30 graus C. Plantando em um vaso é possível fazer a planta sempre acompanhar o sol. Eu não estou falando de 4, 5 horas de sol, mas sim, 12 se possível. O crescimento dela é directamente proporcional à exposição solar.

E o que mais?

Passando com êxito pelos passos iniciais, é só esperar a época certa para a colheita. Identificar a época certa para colher é o que as pessoas têm mais dificuldade. As folhas clássicas da cannabis não servem para fumar. Sim, eu sei que parece conversa de merda, muita gente diz que já fumou e deu... etc. Tente não arrancar muitas folhas. É importante elas ficarem até envelhecerem no pé. Cada raminho com 5 folhas vai dar origem à um galho principal, cada galho principal dará mais folhas e vai continuar dando novos galhos e topos (tops), onde está a boa bula que queremos, aquela que se fuma.

Como saber a época certa para colher?

A planta tem um ciclo. Ela morre no fim. Ou seja, você não pode ter uma planta e ir consumindo ela aos poucos. Só vai dar realmente para fumar quando chegar ao fim do seu ciclo vital. A duração do ciclo tem uma variação. Depende muito do sol, temperatura e água. Um ciclo de verão dura cerca de 4 meses. Em locais frios, com pouco sol, pode demorar até 1 ano.

Chegará uma época que a planta vai começa a perder todas as folhas grandes. Elas começam a murchar, secar e cair. Vai sobrar pequenas folhas gordinhas nos topos (tops). Você vai perceber que ela está morrendo. Logo, toda a planta vai parecer um pinheirinho, sem folhas grandes e vários tops gordos. Espere a maioria (ou quase todas) das folhas grandes secarem e/ou caírem e
corte a filha da puta.

Como secar para ficar BLUNT VISION?

Você pode cortar cada top e deixar num locar seco, arejado, para secar. Uma boa dica é deixar eles em cima de umas folhas de jornal seco com um vento indirecto soprando. Durante a noite, ou quando estiver alguém que não pode saber da sua produção por perto, enrole os tops (sem prensar, deixe ar dentro) em folhas de jornal seco e guarde. Não deixe guardado por muito mais
de 1 dia, pode GANHAR CARUNCHO. Não prense os tops. Eles precisam de ar para secar. Quando eles estiverem mais secos, você deve limpá-los, preferencialmente, para aumentar a potência do seu fumo, tirando a palha (resíduos de folhas) do resto, da "MURRUGA". É fácil identificar o que é folha e o que é murruga. A murruga (onde estão as glândulas de THC) não seca, ela permanece verde, enquanto as folhas secam. Brinque com os tops. Após eles secarem, aperte um contra o outro, amasse, desamasse, amasse de novo, etc... Vão sair as folhas sem THC, talvez até em forma de pó. O que sobrar na mão é o que deve ser fumado. Se você não se sentir seguro a botar fora tudo o que saiu, guarde e "tente" fumar. É um fumo de péssima qualidade, parece fumar capim, mas para épocas de seca... O resto, a murruga, deve ter um gosto de novo, de "leite" como dizem alguns.



"Lembre-se que a Cannabis é como um bom vinho do porto: melhora com o passar do tempo, pois vai perdendo o gosto de clorofila."

BLUNT THIS E GIREM DEPOIS DA COLHEITA

EILIFF BREMEN

22/10/2009

naked city - grand guignol (1992)

O colectivo Blunt pede desculpa pela ausência, mas desde Julho todos os seus membros compraram uma Box HD e agora ninguém sai de casa por causa dos episódios em atraso da "Dra. Quinn".

Por esta altura, já devem ter reparado no crânio escancarado à vossa esquerda. Trata-se da capa de um disco, daquelas rodelas que se ouviam dantes, neste caso de uma banda muito fofinha chamada Naked City. Os Naked City foram talvez o primeiro grupo que me fez ver que havia vida para além da corneta.

Neste (segundo) álbum específico, o intrépido comandante John Zorn lidera a sua brigada de javardões do jazz numa missão em três partes: embalar uma marioneta vítima de criptosporidíase com um opus de 18 minutos da mais pura virulência, maltratar um punhado de compositores clássicos de Debussy a Champignon e, por fim, organizar um brunch com sortidos finos de miniaturas-hardcore e laranjada Tang, cortesia da Yamatsuka Eye, serviços de catering. Dos poucos álbuns que ainda me causam convulsões, daquelas como quem come língua de vaca estufada pela primeira vez. Vejam se passam da primeira, bando de maricas.

Crítica no AMG

Bio no AMG

Bolacha de pus

01/07/2009

ASH RA TEMPEL - THE PRIVATE TAPES





Para apreciadores, uma obra prima, das mais procuradas pelos piratas on-line, uma vez que a edição original foi limitada e as que navegam no mercado custam uma percentagem considerável do PIB da Guiné.

Senhoras e Senhores, tripados e militantes de partidos utópicos....

Aqui para o Mundo, os 6 (seis) que são 12 discos, das sessões privadas dos senhores Manuel Gottshing, Klaus Shulze e outros queimados do Pós Guerra....

Have fun, roll one..

Vol1 pt1
Vol1 pt2

Vol2 pt1
Vol2 pt2

Vol3 pt1
Vol3 pt2

Vol4 pt1
Vol4 pt2

Vol5 pt1
Vol5 pt2

Vol6 pt1

Vol6 pt2

20/06/2009

billy bragg - back to basics (1987)

Compilação dos 3 primeiros álbuns do "adorável comuna", reunindo os melhores momentos de algo que nem Deus, Lenin, ou Sandokan se atreveriam separar: o amor entre um homem e a sua Telecaster. Para quem não conhece, é assim uma espécie de B Fachada, só que na altura mandava-se farpas à Thatcher. Eu sei que não teve piada. Bragg fala de cerveja má, da vizinha do lado e de ilhas perfeitas, na classe e na falta dela, com mais eco ou vácuo. Tenham paciência.





Cassete Camarada
Cassete Cassete

14/06/2009

c.c.c.p. - epica, etica, etnica, pathos (1990)

Pronunciado "tchi tchi tchi pi". Como aqueles dos pontinhos de exclamação.

Último disco da primeira banda do Ferretti. Quem não sabe quem é o Ferretti, faça-se à vida. Agora até já há Internet e tudo.

Gravado num casebre abandonado, antes de o gajo começar a dedicar músicas ao cavalo. Falo realmente de um equídeo, animalejo de 4 patas, de nome Tancredo.

Para ouvir em domingos daqueles.










Coisas em italiano

Biscotto



Uma foto das sessões de gravação:

05/06/2009

D.R. HOOKER - THE TRUTH



D.R. Hooker - The Truth (us 1972 Privatepressed Psychedelia)

Formed: New Haven, CT, United States

Members:
D.R. Hooker (vocals, guitar),
Vincent de Paul Linus Pasternack (guitar),
George Sheck (bass),
Nick Oliva (keyboards),
Tom Kobela (dobro),
Rick Sanders (syntheziser),
Art Ryerson (electric piano, background vocals),
Haywood Sheck (drums),
Ken Lovelett (percussion, vibes),
Carroll Yanni (lead guitar),
Bert McDevitt (drums),
Bob Reardon (keyboards),
Steve Malkan (bass)

PSICADELA-TE

05/05/2009

GO GRAAL BLUES BAND





É SACAR E PARTILHAR COM O AVÔ
E APROVEITAR PARA CRAVAR UNS TROCOS, PARA IR COMPRAR UM RAJÁ!!!

GIREM LÁ ISSO....

1979 - Go Graal Blues Band

1980 - BlackMail - EP

1980 - They Send Me Away - Single

1981 - Touch Me Now - Single

1982 - White Traffic

1983 - Casablanca - Single

1984 - Dirty Brown City - Maxi Single

1987 - So Down Train

PANÓPLIA DE RIFFS, GRITOS SUADOS, CERVEJA CLOK E CRISTAL EM 3 PARTES MAL REPARTIDAS

PARTE 1 - 70 MEGAS E TAL

PARTE 2 - 60 MEGAS E TAL


PARTE 3 - 36 MEGAS E TAL

29/04/2009

Roadburn - Dia 3

Último dia. Participei numa batalha de bolas de neve, que o Arjen, o nosso anfitrião, tinha guardadas no frigorífico desde Janeiro. Balas de canhão é mais o termo. Melhor não me alongar muito mais.



10 mil anos luz

Normalmente, não gosto de ler o que escrevi para trás. Passo os olhos pelas folhas do bloco deste Roadburn, e não... Não foi nada disto. Ou já não sei quem eu era antes de ir. Lembro-me de imaginar, durante o concerto de Grails, que daqui a 30 anos seríamos hippies a falar daquilo como se tivessemos visto Jefferson Airplane. Os Earth ainda me desconcertaram durante três temas, mas tinha de correr para ver o Eugene Robinson. O Eugene sorri muito, não foi de cuecas e explicou-nos o porquê de gostar muito de andar à pancada. Saí na parte em que ele andava a fazer "cobranças difíceis a um gajo", mas havia outro gajo que devia dinheiro a esse gajo, e o gajo pediu-lhe se ele não podia ir lá também.

Young Gods. Queria mesmo vê-los ali, mas com mais bateria e menos gajo novo a fazer festinhas ao baixo. Fui fumar uma ganza, a ver se aquilo melhorava. Passei pelos Om, mas eu queria mesmo era ver Zeni Geva. O baterista que só guincha no fim das músicas diz algo como "môrô vôissô". Eu grito: "Turn it up!". O KK Null sorri e aprova. Claro! Tudo mais alto, se possível. Nunca pensei que conseguisse ficar a dois passos de tamanha chinfrineira. Top 3 dos meus concertos, se bem que ainda não sei quais são os outros dois.

Mas tínhamos de fugir. Os anfitriões preparavam a entrada. Na porta do palco principal, um cartaz a proibir o uso do flash e a advertir para o volume de som. "A sun that never sets", e os Neurosis invadem o palco. Não esperava que ensanduichassem tanto o álbum novo num evento como o Roadburn, mas isso não pareceu incomodar mais ninguém. No fim, eles estavam mesmo ali. "Through silver in blood" para acabar e uma multidão que se agitava, ou cambaleava, ou sorria antes do último feedback.

O Roadburn é uma prova de resistência, e por isso este bloco é mais curto do que devia. O Roadburn e a sua experiência ultrapassam a música, e por isso é preciso falar de tudo. Estar em todo o lado ao mesmo tempo. Esgotado desta ubiquidade, deito-me agora no sofá de casa e ponho a compilação da Neurot. Olho para o programa, já espetado com um punaise, e penso nos amigos que fiz, e em que concertos terão eles delirado. Para o ano também calha em Abril. A ver se volto outra vez de lá com menos 10 anos.

28/04/2009

Roadburn - Dia 2

Agora que penso nisso, foi um milagre termos regressado sempre a casa com aqueles suecos, sem arranjar desacatos. Aqui vai a história do segundo dia, em jeito de diálogo, como sugerido pelo amigo Amebix.


"Are you a taxi? I wanna ride you!"
(o sueco mais alto, para um homem que passeava um carrinho de cabides às 3 da manhã)

- Viste os Böhren?
- Passei de raspão. Estava nos Negura Bunget. Era folclore romeno a mais para mim.
- E eu ia adormecendo. Vamos lá é despachar-nos, que o Steve von Till deve estar a começar.

Pausa para respirar. Rumo à Green Room.

- Foda-se, o Steve von Till a enrolar cabos! Nunca pensei ver tal coisa.
- Cala-te, que...
"Hi, I'm Steve von Till, and this is my spaceship."

DJAAAAN

- O que é que achaste?
- Aquela segunda entrada de distorção deu cabo de mim. Até saltei para trás.
- Foi do caralho.
- Ya, é isso que vamos escrever. "Foi do caralho".

- Vou para Mono.
- Vão andando. Não saio daqui sem ver pelo menos meia hora de Atomic Bitchwax.
Já não dá para entrar.
"So come on, my love..."
Não que não dá! Furar até à primeira fila. Nem acredito que o guitarrista dos Core está à minha frente.
"Shitkicker!"
"We did that one already."
Mas não tinham. Não há tempo, ainda quero ver o fim de Mono. Mesmo na hora para as duas últimas (mais de vinte minutos)! Parece que o pós-rock no Japão ainda agora começou. Que lavagem.

- Ainda aguentamos Cathedral?
- 'Bora lá.
- Caralho, já não tenho pachorra pró Lee Dorian.
- Mas está com boa cara.
"This one's from Cosmic Funeral."
O novo Ozzy.
- Esta ganza tem dois terços de tabaco e dois terços de...
- Acho que apanhei o terço que estava a mais.
St. Vitus. O cheiro a erva triplica. Este baterista é uma merda. O guitarrista até podia estar a tocar as pombinhas da catrina, desde que tivesse overdrive e efeitos a fundo. Mas que rock do caralho.

- Vamos a Scott Kelly.
- Ok, ainda posso curtir o princípio, mas à meia noite ninguém me tira de Colour Haze.
- Quam são esses gajos?
- Foda-se!
Mr. Scott Kelly.
"What are you shushing about? I'll do the shushing around here." É bom, mas não é para mim.
Pausa para cigarro. Palco principal mais arejado, a seguir aos horrores sacrificiais de St. Vitus. Muita gente sentada nos degraus. Escolho um lugar com espaço e espero pelo primeiro acorde.
A visibilidade é perfeita, o som espalha-se pelos quatro cantos do 013, que cada vez mais me parece uma nave de igreja futurista. As costas descansam, enquanto desfruto de uma das melhores bandas de sempre. Devia ser proibido juntar três músicos assim tão bons.
O tumulto abranda. Os homens das cordas sentam-se em almofadas e chamam um convidado com cítara. Desço com eles e aproximo-me do palco. Sinto como se a banda crescesse à minha frente, agigantando-se com a calmia das notas. Sim, que paneleirice da minha parte.

Mais um cigarro. É muita fruta.
- O que é que vocês estão aqui a fazer?
- A descansar um bocadinho.
- Foda-se, estão a perder o melhor concerto de sempre.
- RAISHNISHBURGEKROMBELER!
- Isso, caralho, diz aos gajos.
- É Colour Haze?
- 'Bora, que ainda apanhas meia hora.
Lá dentro, nada pára. Ouve esta, é um hino.

Roadburn - Dia 1

Eis o relato do primeiro dia de concertos, com duas bolachinhas à mistura, em jeito atrasado de caça aos ovos da Páscoa..
O amigo Pedro Roque desta vez não tirou (muitas) fotografias, mas prometeu contribuir com alguns vídeos. A actualizar brevemente.


Barões, Duques e cães a um osso.

Acordados por um grupo de assaltantes que fugia à polícia, rapidamente nos recompusemos e rumámos a Tilburg. O meu cu seria demasiado pobre para ser roubado e o comboio não espera por ninguém. Do outro lado da linha, para lá da névoa baixa que cobre o prado holandês, o nosso surfista de sofá aguarda-nos com um pelotão de suecos, humor mordaz, o domínio perfeito da língua inglesa e, acima de tudo, duas grades de cerveja. Má, daquela que comparamos a urina, mas sempre cerveja.
"Descida" à cidade. Esplanadas. As barbas começam a surgir cada vez mais imponentes em dimensão e corte, trajadas de ganga, cabedal e t-shirts de bandas, de Amorphis a ZZ Top. Duas cervejas depois, embrenhamo-nos no 013. A ansiedade puxa-me os intestinos, como se eu acabasse de pisar uma mina, e não me deixa aperceber da verdadeira dimensão do complexo.
Não há tempo. No palco principal, os próprios Baroness fazem o soundcheck. É fácil arranjar um lugar na frente. A essa hora, os burners preferem empacotar-se nos dois números secundários ou numa banca de comida para galinhas. Melhor comer lá fora, no turco.
Quando termina um concerto e ficamos com a sensação de que foi o melhor que vimos nos últimos anos, é difícil imaginar que isso é só o início. A partir daí, tudo será igual ou melhor. Foi assim com os Baroness. Perfeitos, imponentes, resplandeciam como se fosse ao ar livre. Os Orange Goblin, que nem estão muito na minha playlist, transformam-se no palco e demolem a assistência com fumos e riffs. Até o vocalista parecia bom!
Uma pausa para comer no turco antes de Amon Düül II, que já se poderiam chamar Amon Düül LXVIII. Som mais fraco, sofrendo de 30 anos de avanço da tecnologia e já de alguma artrite, mas recompensando-nos com duas músicas do "Yeti", com o chefão a pegar no violino e a provar a todos os presentes que velhos são os trapos. Não ficando até ao fim, conseguimos ainda enfiar-nos no concerto de Zu, três italianos que mais parecem seis, com saxofone esmurrado, bateria tocada por um polvo, baixo para lá de saturado e samples de latidos de cães que faziam o "Dogs" dos Pink Floyd parecer gravado por um chihuahua asmático. Unanimemente, o melhor concerto da noite, juntamente com Baroness.
Tempo ainda para espiar o Alexander Tucker a falhar o micro e a atrapalhar-se nos loops, mas, ainda assim, um bálsamo para ouvidos e pulmões. De volta à Green Room, os Wolves in the Throne Room preparam-se. Não são mesmo a minha chávena de chá, mas tenho de admitir que pareceram mais crescidinhos ali. Os devotos apertam-se como cogumelos em lata, outros promovem a má onda.
Já não há pernas nem pachorra para Devil's Blood, White Hills, muito menos para a lamechice dos Motorpsycho, apesar dos pratos de choque de 16''. Última cerveja. Ganza ainda não temos. Amanhã há mais.

27/04/2009

Afterburning


Sempre fui ao Roadburn. Comigo levei um bloquinho, onde não tinha grandes esperanças de escrever duas linhas, quanto mais um relato dos 3 dias do festival.
Aqui vai a transcrição do 1º dia, o da viagem, ao qual se seguirá o mais importante - a música - que, sempre que possível, tentarei ilustrar com discos das bandas. A vida é boa, meus amigos.


Roadburn 2009

"O amor cavalga sem saber"

Chegámos à estação central de Bruxelas, conduzidos por um marroquino que subia passeios. São 3 da manhã. Esperamos pelo comboio que nos levará a Tilburg, a terra prometida, ao único festival de música para onde convém levar protector solar. Porque isto vai ser uma fritura de miolos.
E sabe-o bem quem tem de ir, custe o que custar, meta férias ou invente um atestado, mesmo que isso implique ficar apeado num pardieiro qualquer, com fome e sem sono.
Valeu-nos a luz vermelha e redonda que sorriu de uma porta, anunciando "Super Bock". Lá dentro, uma emigrante sobrevivia à testosterona da malta a jogar bilhar. Não sorriu como o letreiro, mas disse que podíamos falar português.
De volta à estação, a base da primeira noite, espojamo-nos pelo chão mais quente do que as cadeiras, discutimos metal e desenhos animados, esperando pela lavagem de amanhã.


10/04/2009

Orlando Owoh - Dr. Ganja's Polytonality Blues



Orlando Owoh and his Young Omimah Band (1974)

1. Logba Logba / Edumare da Mi Lihun / E Se Rere / Prof Oyewole
2. Ewe Wa Wa Lowo Re / Alun Gbere Wa De

O.O. and his Young Kenneries (1981)

3. Easter Special / Baba wa Silekin / Obinrin Asiko Logba
4. Cain Ati Abel / Alhaji T' Oyo Mayan / Omi l' Eman

http://www.mediafire.com/?ziyw22ji2k0
http://www.mediafire.com/?z2mmmynymgm

The Gerogerigegege - Tokyo Anal Dynamite





The Gerogerigegege (ザ・ゲロゲリゲゲゲ) is a music project created in 1985 in Shinjuku, Tokyo by Juntaro Yamanouchi (山ノ内純太郎)
Though they are often categorized with Japanese harsh noise acts such as Merzbow and Masonna, The Gerogerigegege has also released albums of more straightforward rock (Sexual Behaviour in the Human Male), noise (45 RPM Performance), and ambient music (None Friendly, Endless Humiliation), in addition to several seven inch records mixing these styles with found recordings. The group is best known for their 1990 album Tokyo Anal Dynamite. This album consists of 75 songs, which serve as a fusion of the Ramones' punk jams (replete with Juntaro yelling "1 2 3 4!!" over and over) and John Zorn's frantic Naked City project.
The name of the group combines the Japanese words for "vomit" (gero) and "diarrhea" (geri) with what is supposedly the sound of these actions occurring simultaneously (gegege). (It has also been transliterated to mean "barf, diarrhea, ha ha ha," although "gegege" is possibly a humorous reference to GeGeGe no Kitaro, or an onomatopoeic word of disgust or exasperation, making the name open to several differing interpretations.) Their name has been pronounced "gerro-gerry-gay-gay-gay" on record, though pronounced differently on radio programs and such. To describe the group, Yamanouchi has used the term "Japanese Ultra Shit Band".

Fernando, caga no metal confuso, bora fazer uma banda assim

http://www.mediafire.com/?bzsgawfejmx

01/04/2009

hacride - amoeba (2007)

Afinal, os franceses não pararam de exportar fiambre de primeira com a Carla Bruni. Allez, les gars, endireitem essa bóina, apertem os suspensórios e tirem o cacete debaixo do braço. A poção está servida.
Évi métal do bom já não era novidade na lista de produtos frescos do hexágono, mas este disco recambia as merdas americanas que tenho ouvido para o fundo da prateleira.
Para quem achou que o último álbum de Meshuggah (são suecos, mas sigam o raciocínio) era demasiado
os Hacride são completamente
Tempo até para um pequeno namorico com os deuses do flamenco-hop, Ojos de Brujo. Alguns teclados laretas pelo meio e outros electrodomésticos, mas, meus amigos, nada que desvirtue esta descarga de peso e de riffs a tirar o tapete.





À suivre, o novo de Gojira. Se se portarem bem.

Crítica
Bolachinha

17/03/2009

Banda do Casaco - Dos Benefícios De Um Vendido no Reino dos Bonifácios


Já que estamos numa de recordar, aqui vai um album do tempo em que as festas do avante eram muito mais ácidas.

O reino dos bonifacios ainda se mantém, e os benefícios dos vendidos e dos chibos ganha notoriedade dia a dia.

Por tudo isto, um album intemporal, tal como a frase, "o primeiro ministro é palhaço".

Disfrutem, e girem o pica.

disco da moda

16/03/2009

va - sub pop 200 (1988)

Bandas. Muitas bandas. Vinte, para ser mais preciso. Todas de uma cidadezinha norte-americana chamada Seattle, onde nos anos 90 choveu muita merda.
Eis os primeiros borrifos da editora responsável por tudo, compilados num só disco, para quem esteve a dormir, ou teve o azar de só nascer nessa década e depois apanhou os Nickelback e os Puddle of Mudd (mais outros nomes que nem me atrevo a admitir que sei).
Bandas boas, bandas más, bandas magras, bandas gástricas, bandas que ficaram conhecidas e venderam milhões, bandas que também ficaram conhecidas mas o vocalista ainda deve viver com a mãe, bandas de que nunca devíamos ter ouvido falar. Acima de tudo muita tesão do mijo e vontade de fazer barulho, tudo ensaiado antes do "ano em que o punk partiu".
Para limpar a naftalina aos casacos de flanela.




1. Tad / Sex God Missy
2. The Fluid / Is it day I’m Seeing?
3. Nirvana / Spank Thru
4. Steven J. Bernstein / Come Out Tonight
5. Mudhoney / The Rose
6. The Walkabouts / Got No Chains
7. Terry Lee Hale / Dead is Dead
8. Soundgarden / Sub Pop Rock City
9. Green River / Hangin’ Tree
10. Fastbacks / Swallow My Pride
11. Blood Circus / The Outback
12. Swallow / Zoo
13. Chemistry Set / Underground
14. Girl Trouble / Gonna Find a Cave
15. The Nights and Days / Split
16. Cat Butt / Big Cigar
17. Beat Happening / Pajama Party in a Haunted Hive
18. Screaming Trees / Love or Confusion
19. Steve Fisk / Untitled
20. Thrown Ups / You Lost It



Crítica no AMG
Bolachinha

06/03/2009

va - corrosão cerebral (1990)

BLUNT ON THIS, MOTHERFUCKERS!!!!


Não, não é o próximo álbum dos Kalashnikov.
A cassete contra-ataca, desta vez a partir de Coimbra, e com alguns nomes mais conhecidos.
O Bluntvision oferece um magnífico limão inteiro a quem adivinhar qual destes artistas acabaria por compor o hino da Expo 98.
Respostas para o apartado.




Bom fim-de-semana, princesas.





Lado A
01. Residuos Toxicos - Necro Patria
02. Ovo - Wicked Society
03. IkMuk - Germe
04. Ocaso Épico - M Obx
05. Entropia Parva - Falsos Martires
06. Erros Alternados - Qes
07. L´Ego - Silicon Bay
08. Nuno Rebelo - Uma história do Ali Baba
09. Grupo Excursionista - Fim



Lado B
10. HesskheYadalanah - Aqua Vulva Love Affair
11. Hypnitic - In The Nursery
12. Die Neue Sonne - Feto
13. Hist - Plus Des Enfant
14. Nihil Aut Mors - s4
15. C.D.C.R. - Chuang_tzu
16. Hospital Psiquiatrico - Homem Morto
17. Vcorux Aeia - Lunação Meridiana



Mais sobre isto no PlayOnTape
Bolacha radioactiva

27/02/2009

va - insónia (facadas na noite) (1989)

Compilação da editora bracarense, testemunho do tempo em que as cassetes falavam - e qualquer tarado com uma guitarra, uma caixa de ritmos e uma garagem fazia música.
O melhor dos anos 80, se é que isso é possível, a tresandar a Neubauten, Swans, Birthday Party, e toda a merda electrónica cujo nome orgulhosamente desconheço. Para ouvir com volume mais ou menos ensurdecedor, consoante o noisegate.
Senhoras e meninas, eis todos aqueles que não ousaram ser os Mão Morta:

«INSÓNIA»
-- 22 temas de 13 projectos --

Submissão / Sinhueta - De Profundis
Vorwarts! / Delirium - H.I.S.T
Muscles & Hardwork - Product
Gárgula / Flying Tota - RU486
Guerra e Paz / Sound's Like Noise - Hazdam666
Estranho Sentimento / Lâminas Loucas - Jardim do Enforcado
Auschwitz / Carros de Combate - Centro de Pesquisas Ruído Branco
Piano Improvisação / Passagem Pelo Meu Corpo - Hospital Psiquiátrico
Biologia 1 / Rumo Rumo - L'Ego
In Location / EblaAIA - Hesskhè Yadalanah
NOVO Estado NOVO - Ik Mux
4 Vezes Fora - Uru Eu Wau Wau
Sbrojna - Nihil Aut Mors


Sobre a coisa
Bolachinha no forno

26/02/2009

Guru Guru - Kanguru


Kanguru

Review

Um dia acordei surdo. No outro acordei a ouvir demais.
Como não me conseguia decidir... dei um tiro nos cornos...